quinta-feira, 15 de outubro de 2009

VILA FLOR: Um rosto na campanha

Pedro Marques Semedo, na frescura dos seus 86 anos, foi o mais “jovem” candidato nas recentes eleições autárquicas do concelho de Nisa.
Fomos encontrá-lo à soalheira, no alpendre da sua casa, em Vila Flor, saboreando um dióspiro. Candidatou-se pelo PSD à Assembleia de Freguesia de Amieira do Tejo, “cá para o fim da lista, que a idade já não dá para grandes correrias”.
A lista não obteve muitos votos, mas Pedro Semedo diz que o mais importante é participar.
“Temos de fazer alguma coisa para as terras avançarem, não é?”, reafirma com a confiança e um sorriso estampado no rosto.

AMIEIRA DO TEJO: Retábulo-mor barroco na capela do Calvário (*)

A capela do Calvário, em Amieira do Tejo, está classificada como Imóvel de Interesse Público porque tem no seu interior uma obra de arte original em Portugal.
Sobranceira à pequena povoação tem belas vistas para a localidade com o seu notável castelo (**) mandado construir pelo prior da ordem do Hospital, que também aqui morreu, e pai do condestável Dom Nuno, Álvaro Pereira.
“A capela do Calvário foi edificada entre 1729 e 1740, a mando de Pedro Vaz Caldeira sargento-mor da Amieira. Apresenta na fachada principal cunhais de granito aparelhado. O pórtico é encimado por um frontão com mísulas, coruchéus e cruz, e ladeado por duas janelas de balcão com frontões. Na parte superior da fachada existe outro frontão com volutas”1.
Todo o conjunto irradia uma serena harmonia bem integrado na paisagem. Mas o que faz com a capela do Calvário faça parte do Portugal Notável, é no interior de nave única, aquele magnífico retábulo-mor de granito a imitar madeira entalhada, a que não falta as habituais colunas vigorosamente trabalhadas, em numero de três tendo como cenário de fundo, o céu com a pedra almofadada irregularmente a imitar nuvens. Fecha o único retábulo-mor barroco de pedra em Portugal um escudo. O enquadramento cénico serve de cenário a um belo cristo crucificado em madeira, com Maria e Maria Madalena, enlevar o olhar para o ente que sofre e morre.
O meu muito obrigado ao Senhor Carlos que foi nosso cicerone.
A fotografia foi retirada do sítio do www.monumentos.pt.
Nota biográfica-(1) Inventário do Património classificado -IPPAR, volume II, 1993
in www.portugalnotavel.com